Ministério Público denuncia soldado da PM por morte de vaqueiro em Canto do Buriti

Por Andrê Nascimento, G1 PI
 

Edvaldo Costa dos Santos morreu após ser atingido por dois tiros em Canto do Buriti — Foto: Arquivo PessoalEdvaldo Costa dos Santos morreu após ser atingido por dois tiros em Canto do Buriti — Foto: Arquivo Pessoal
Edvaldo Costa dos Santos morreu após ser atingido por dois tiros em Canto do Buriti — Foto: Arquivo Pessoal
O promotor José William Pereira Luz, da comarca de Canto do Buriti, denunciou o soldado da Polícia Militar Alexandro Machado da Silva pelo homicídio do vaqueiro Edvaldo Costa dos Santos, morto no dia 8 de setembro, na cidade de Canto do Buriti. O promotor também denunciou a tentativa de homicídio contra Máximo dos Santos, amigo do vaqueiro que foi baleado na perna na mesma ocasião.
Na denúncia o promotor afirma que o policial militar atirou contra Edvaldo e Máximo motivado por ciúmes de uma mulher com quem estava na noite do crime, motivo considerado fútil. De acordo com os depoimentos das testemunhas apresentados pelo MP, o vaqueiro Edvaldo pediu que o amigo Máximo mandasse um recado para a mulher em um bar, horas antes de ser morto a tiros.
A situação teria gerado ciúmes no policial, que bebia no mesmo bar acompanhado por outro PM e uma adolescente. Segundo a denúncia, o policial atirou contra Edvaldo e Máximo quando os dois passaram por ele em uma motocicleta, sem pedir que parassem.
De acordo com o laudo cadavérico apresentado pelo MP, Edvaldo foi atingido por um tiro no ombro esquerdo e na lateral esquerda do tórax, e morreu ainda no local. Máximo foi baleado na perna esquerda, foi socorrido e encaminhado para o hospital Tibério Nunes, em Floriano.

Repercussão na imprensa local

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População de Canto do Buriti faz manifestação contra violência após morte de vaqueiro
O promotor José William Pereira Luz, da comarca de Canto do Buriti afirma ainda que o policial mentiu para a instituição da Polícia Militar ao afirmar aos seus superiores que a vítima havia tentado roubá-lo usando uma faca, e que teria atirado para se defender. A informação foi repassada para a imprensa local, que noticiou o caso como uma tentativa de assalto frustrada.
“Tal afirmação foi plantada pelo próprio denunciado, gerando caos social e revolta da população desse município, que colocou em descrédito a atuação da própria Polícia Militar” escreveu o promotor na denúncia. Para o promotor, a Polícia Militar do Piauí foi vítima do soldado.
Familiares e amigos usaram roupas e balões brancos para pedir justiça pela morte de jovem em Canto do Buriti — Foto: Arquivo PessoalFamiliares e amigos usaram roupas e balões brancos para pedir justiça pela morte de jovem em Canto do Buriti — Foto: Arquivo Pessoal
Familiares e amigos usaram roupas e balões brancos para pedir justiça pela morte de jovem em Canto do Buriti — Foto: Arquivo Pessoal
O caso repercutiu em Canto do Buriti. Centenas de moradores acompanharam o cortejo fúnebre da vítima no dia seguinte ao crime. Dias depois, milhares de pessoas percorreram as ruas da cidade em homenagem ao vaqueiro e para exigir que o caso fosse investigado. Dezenas de vaqueiros acompanharam o protesto montados em cavalos, e negaram que Edvaldo tivesse envolvimento com crimes.
Após a repercussão, o Ministério Público foi acionado e pediu que o policial militar fosse afastado de suas funções e tivesse sua arma apreendida. A Polícia Militar abriu um inquérito para investigar o caso. Procurada pelo G1, a Polícia Militar do Piauí informou que ainda não foi notificada sobre a denúncia do Ministério Público.
FONTE : G1

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