Terceiro maior artilheiro da história do Sport, Leonardo morre em Recife

Atacante estava internado há quase um mês. Foto: Marcos Michael/JC Imagem Data: 18-02-2010 Assunto: ESPORTES - futebol - Entrevista com o jogador Leonardo.

Por Thiago Wagner
Atacante estava internado há quase um mês. Foto: Marcos Michael/JC Imagem Data: 18-02-2010 Assunto: ESPORTES - futebol - Entrevista com o jogador Leonardo.
Atacante estava internado há quase um mês. Foto: Marcos Michael/JC Imagem
O dia é de luto para o Sport e o seus torcedores. Nesta terça-feira, o ex-atacante Leonardo, 41 anos, morreu depois de perder a batalha contra a neurocisticercose, doença que ataca o sistema neurológico provocada pelo ingestão de alimentos mal preparados. A confirmação foi dada pelo Hospital da Restauração. Segundo a chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Fátima Buarque, o ex-jogador teve falência múltipla dos órgãos às 15h15. Leonardo era o terceiro maior artilheiro da história do Leão com 133 gols em 367 partidas. Ele jogou com a camisa rubro-negra em três passagens (1994, 1997 – 2001 e 2004) e foi campeão pernambucano em 94, 97, 98, 99 e 2000, além de conquistar duas Copas do Nordeste, em 94 e 2000. Para muitos, foi o maior jogador da história leonina nos últimos 30 anos. Atualmente ele trabalhava nas categorias de base do clube onde proporcionou tantas alegrias.
Leonardo estava internado desde o dia 3 de fevereiro no Hospital da Restauração, no Centro do Recife. Ele deu entrada com convulsões e queixas neurológicas. Após exames, os médicos constataram a neurocisticercose. O ex-jogador iniciou tratamento, mas não conseguiu superar a doença.
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A HISTÓRIA
Natural de Picos, no Piauí, Leonardo quase escreveu sua história no Recife em outras cores. Em 1994, ele iria se transferir para o Santa Cruz. O Sport, contudo, entrou no meio da negociação e trouxe o jogador para a Ilha do Retiro. Mal sabiam os diretores rubro-negros na época que estavam trazendo um dos maiores jogadores da história do clube. Rápido e com faro artilheiro, Leonardo caiu rápido nas graças da torcida. Tanto que sua primeira passagem na capital pernambucana durou pouco tempo. Em 95, se transferiu para o Vasco junto com o meia Juninho Pernambucano. A trajetória dos dois, porém, mudou no Rio de Janeiro. Por conta da falta de pagamento do Vasco, Leonardo teve que deixar São Januário e voltar ao Sport, que emprestou o jogador para o Corinthians. No clube paulista, chegou a jogar a Libertadores, maior competição internacional da América do Sul. Mas o destino insistia em fazer Léo voltar a vestir as cores rubro-negras.
Leonardo ainda passou pelo Palmeiras antes de retornar para a Ilha do Retiro. No Sport novamente, viveu os maiores momentos de sua carreira. Conquistou o Pernambucano três vezes seguidas, ajudando o Leão a obter o primeiro pentacampeonato, e levantou sua segunda Copa do Nordeste. Além disso, colaborou com boas campanhas nacionais dos rubro-negros. Em 2000, o Sport acabou em segundo lugar na primeira fase da Copa João Havelange. Na última rodada, o já ídolo da torcida mostrou todo o seu poder de fogo ao marcar cinco gols na goleada do Leão de 6×0 sobre o Atlético-MG, em pleno Mineirão. Foi uma das maiores apresentações de Leonardo com a camisa do clube pernambucano. Na mesma temporada, o Sport ainda foi vice-campeão da Copa dos Campeões e quase foi para a Libertadores.

Os momentos de glória, todavia, foram interrompidos depois de 2000. Com uma administração instável fora das quatro linhas, o Sport não conseguiu montar bons times em 2001 e Leonardo deixou a Ilha rumo ao Cruzeiro. Na Raposa ele não foi bem e teve atuação apagada. Depois disso, viveu dias de andarilho no futebol, chegando inclusive a voltar para o Recife e vestir as cores do…Santa Cruz. Mas o brilho não foi o mesmo como com as cores rubro-negras. O tempo já começava a cobrar do atacante, que se aposentou no modesto Afogadense, do interior de Pernambuco. Um fim modesto para quem tanto fez nos gramados.
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A história de Leonardo pode não ter sido de glórias mundiais. O atacante também esteve um pouco distante do mesmo brilho do amigo Juninho, que jogou Copa do Mundo e foi campeão na Europa. Mas isso pouco importa para os rubro-negros, que sempre vão ter Leonardo como um dos maiores, seja contra quem for. Os 133 gols e as inúmeras taças estão aí para provar isso. A carreira do atacante pode não ter estourado nacionalmente, mas nem por isso ele deixou de trazer alegrias para uma nação. E neste caso era a nação que importava para Leonardo, um torcedor confesso
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